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Agente etiológico

  Trichuris trichiuraé um parasito nematoide causador da tricuríase  no homem.  Estima-se que sua sobrevida  no intestino humano seja entre 1 a 2 anos, com período pré-patente de  60 a 90 dias.

Nome Popular

   "Fio de linha".

Epidemiologia

       A tricuríase apresenta distribuição cosmopolita e alta prevalência mundial, sendo mais característica de zonas tropicais e subtropicais de países em desenvolvimento. No Brasil, é mais frequente em áreas litorâneas e na Amazônia, onde as condições ambientais são excelentes para o desenvolvimento de um geo-helminto.

      Assim como na ascaridíase, a prevalência de infecção por T. trichiura é maior em crianças e pré-adolescentes. 

      Posição sistemática

Posição Sistemática

Reino: Animalia

Filo: Nematoda

Classe: Secernentea

Ordem: Trichurida

Família: Trichuridae

           Morfologia

 

Vermes adultos:

O T. trichiura é um verme branco que mede aproximadamente 3 a 5 cm de comprimento. Como sua parte anterior (cefálica) que compreende 2/3 do verme é afilada e seu   1/3 posterior (caudal) é mais grosso, costuma-se dizer que o verme tem aparência de um chicote. Há nítido dimorfismo sexual entre machos, que são menores, medindo aproximados 2 cm e fêmeas, com extremidade posterior retilínea, alcançando 5 cm de comprimento.

 

Ovos:  apresentam detalhes que permitem sua fácil identificação:  possuem três membranas e medem cerca de 50 micrometros de comprimento por 22 micrometros de largura, com forma elíptica e com poros salientes e transparentes em ambas extremidades.  Devido a isso, diz que o ovo de T. trichiura  tem aspecto de barril arrolhado nas extremidades  isto é, possui a forma de uma “bandejinha”.

Ovos  

(Laboratório UFCSPA)

 

 Vermes Adultos

(imagem original disponível aqui)

Profilaxia

  A eficiência da transmissão da tricuríase é produto principal da baixa condição social, em locais desprovidos de assistência de saúde e saneamento.  Ademais educação da população em medidas básicas citadas a seguir poderá atenuar o problema:

  • Atenção e cuidado com áreas do peridomicílio.

  • Descarte correto de resíduos fecais.

  • Lavagem adequada de alimentos.

  • Correta higiene de mãos e unhas.

  • Não deixar crianças brincarem em áreas de risco.

Formas de contaminação

     A transmissão da doença  ocorre  pela ingestão  de ovos embrionados infectantes de Trichuris Trichiura, os quais possuem grande resistência às condições  ambientais e através da água ou vento contaminam alimentos sólidos e líquidos -  especialmente em locais que carecem de saneamento básico. Especialmente em áreas de alta prevalência, a ingestão de ovos diretamente da mão contaminada e a geofagia são formas importantes de contaminação.

Habitat dos vermes adultos

    Os vermes adultos são parasitos do intestino grosso do homem. Em infecções leves a moderadas,   o ceco e o cólon ascendente  são  as regiões preferenciais. Entretanto, em infecções maciças o T. trichiura  pode ser encontrado no cólon distal, reto e porção distal do íleo.  O verme penetra na camada epitelial da mucosa intestinal do hospedeiro e  alimenta-se de muco e restos celulares..

Tira-dúvidas 

Quadro Clínico:

      É importante compreender que a sintomatologia da tricuríase varia não apenas  com a  intensidade de carga parasitária, mas também de acordo com  faixa etária, estrado nutricional e distribuição dos vermes adultos no intestino. Como não existe migração sistêmica de suas larvas, as principais lesões  causadas pelo T. trichiura  se concentram ao intestino grosso.

       Assim, na maioria dos pacientes com infecções leves, a doença é assintomática ou apresenta sintomatologia abdominal discreta; em pacientes com carga parasitária moderada,   é comum a presença de dores de cabeça, dor epigástrica e no baixo abdômen, diarreia, náuseas e vômitos.  Em relação em pacientes graves podem ocorrer sinais sistêmicos e a síndrome disentérica crônica, podendo ser observado diarreia intermitente com presença abundante de muco, algum sangue, dor abdominal com tenesmo, anemia, desnutrição grave e prolapso retal. 

    Devido á patogenia de fixação do verme, podem ser observados aumento da produção de muco pela mucosa intestinal, pequenas áreas de descamação da camada epitelial e infiltração de células mononucleares e polimorfonucleares na lamina própria. Tais sinais são crescentes de acordo com o número de parasitos  e  são responsáveis por parte da  sintomatologia descrita anteriormente.

 

Complicações:

      Em infecções intensas e crônicas podem ocorrer, além da sintomatologia intestinal, alterações sistêmicas como perda do apetite, vômito, eosinofilia, anemia, desnutrição e retardo no desenvolvimento. Devido à grande exposição da mucosa intestinal ao parasito em infecções maciças, há degeneração e necrose do tecido mucoso circundante.

  Em infecções moderadas e intensas, a extensão e a intensidade da reação inflamatória aumenta, sendo relatadas ulcerações na mucosa intestinal e sangramento constante. Estas alterações são responsáveis pela colite associada a tricuríase (dor abdominal, disenteria crônica e presença de muco e sangue nas fezes – quadro conhecido como síndrome disentérica crônica.

    O processo inflamatório é particularmente intenso quando os vermes atingem o reto, sendo observados edema e intenso sangramento da mucosa local. Esta reação edematosa produz um inchaço da mucosa retal, que inicia o reflexo da defecação mesmo na ausência de fezes no reto (tenesmo). O esforço para defecação pode gerar prolapso retal (freqüente em crianças da região norte do Brasil), o qual geralmente é reversível após eliminação dos vermes e resolução da reação inflamatória local.

Diagnóstico Clínico:

     Considerando-se que a maioria dos pacientes com tricuríase   são assintomáticos ou de sintomatologia difusa,  suspeita clínica requer diagnóstico laboratorial. 

 

Diagnóstico Laboratorial:

    O diagnóstico laboratorial ocorre pela demonstração de ovos nas fezes. Seus ovos possuem características que o permitem ser facilmente notado e classificado, assim, exames parasitológicos de rotina podem evidencia-lo.      Em exames de colonoscopia, é possível a descoberta de  vermes adultos.

Tratamento:

   O tratamento pode ser feito com  Albendazol, em dose única de 400 mg, ou  Mebendazol, em dose única de 500 mg ou 100mg (duas vezes ao dia) durante 3 dias.

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