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Patogênese e Quadro Clínico

   O T. vaginalis promove a transmissão do HIV, é causa de baixo peso ao nascimento e de nascimento prematuro e predispõe mulheres à doença inflamatória pélvica (DIP), câncer cervical e infertilidade - o risco de infertilidade é quase duas vezes maior em mulheres com história de tricomoníase.

    Na mulher, há corrimento vulvo vaginal esbranquiçado ou esverdeado, bolhoso e c/ odor fétido. Este é abundante, com ação cáustica sobre a pele deixando placas avermelhadas na face interna e superior das coxas. Também há prurido, edema e congestão da vulva, quadro doloroso que pode levar à abstinência sexual por dor (dispareunia). Na vulva, edemaciada e eritematosa, podem aparecer pontos brancos ou avermelhados, observados ao exame físico. Pode haver disúria (dor ao urinar) e polaciúria (aumento da frequência miccional). Destaca-se que tais sintomas tendem a piorar no período pré-menstrual e após relação sexual.

São complicações possíveis da infecção em mulheres: vaginite (vagina); cervicite (cérvix uterina); colpite (vagina) etc.

Resumo da tricomoníase na mulher: vaginite caracterizada por leucorreia, edema, irritação e prurido vulvar. 

 

   No homem, as formas assintomáticas de tricomoníase são mais comuns, o  que não impede, todavia, sua transmissão para quantas forem suas parceiras sexuais. Em indivíduos sintomáticos, há secreção uretral fluída e incolor, a qual também pode ser esbranquiçada. Pode haver prurido uretral, mas  não há ardência. São complicações possíveis da infecção no homem: prostatite (próstata), cistite (bexiga), epididimite (epidídimo), etc.

Imunidade

   Há formação de anticorpos comuns e específicos, mas não há imunidade adquirida contra tricomoníase humana. 

 

        

Fotos tricomoníase

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 Contato

   Posição Sistemática

Reino:  Protozoa            Filo:      Sarcomastigophora

Classe: Mastigophora

Ordem: Trichomonadida

Família: Trichomonadidae

Agente Etiológico

Trichomonas vaginalis  

Epidemiologia

     A tricomoníase é a doença sexualmente transmissível (DST) não viral mais comum do mundo e sua  incidência depende fatores como idade, atividade sexual, número de parceiros sexuais, outras DSTs e fase do ciclo menstrual. Sua prevalência é alta entre os grupos de nível socioeconômico baixo.

    No recém-nascido, a tricomoníase pode ser transmitida durante a passagem pelo canal de parto quando a mãe não toma medidas profiláticas durante a gestação ou quando ainda não iniciou o tratamento por não apresentar sintomas. O epitélio escamoso da vagina da recém-nascida sofre ação de estrógenos matemos e pode permitir a colonização do parasito. Frequentemente não é necessário tratar a recém-nascida, pois a infecção pode ser autolimitada. Na infância, todavia, a doença é  muito incomum e quando diagnosticada é necessário  investigar possível abuso sexual.

   Os homens tendem a ser assintomáticos, o que facilita a transmissão da doença, e a infecção pode ser autolimitada devido à ação tricomonicida de secreções prostáticas.

                 Contaminação

Em geral a  contaminação ocorre pelo ato sexual, o que caracteriza a tricomoníase como uma doença sexualmente transmissível (DST). Outras possibilidades de contaminação:

-  Mãe pode transmitir à menina na ocasião do parto.

- As mulheres, por serem mais sensíveis, tem possibilidade de adquiri-la fora do ato sexual:

- O protozoário pode sobreviver por 48h a 10°C em exsudatos vaginais e por mais de 24h em água potável a 35°C.  Daí a possibilidade do contágio através do uso de toalhas e peças do vestuário em comum ou água do banho.

- Protozoário pode permanecer vivo até 6 horas em secreções fora do organismo, no meio ambiente e até 5 dias em água potável.

- O protozoário pode viver por mais de 1 semana sob o prepúcio do homem sadio após o coito com mulher infectada.

   A implantação é favorecida por modificações como período pré-menstrual; puerpério, diabetes, imunodepressão, estresse, uso de DIU.

  OBS: A vagina normal é resistente à infecção. A implantação do Trichomonas  vaginalis estaria associado ao meio vaginal que seria favorecido por:

  • modificações da flora bacteriana normal

  • diminuição da acidez local

  • escamação epitelial

   Morfologia

 Os tricomonas não possuem a forma cística, e somente a forma trofozoítica é  encontrada tanto na fase aguda quanto na fase crônica da doença. Destaca-se que fatores como pH, temperatura, tensão de oxigênio e força iônica afetam a sua morfologia. 

   Em preparações fixadas e coradas, eles são elipsoides, piriformes ou ovais, medindo em média 9,7 μm de comprimento por 7 μm de largura. Os organismos vivos são um terço maiores.

    Os tricomonas têm a capacidade de formar pseudópodes, os quais são usados para capturar os alimentos e se fixar em partículas sólidas. O Trichomonas vaginalis possui quatro flagelos anteriores livres. O núcleo é elipsoide com uma dupla membrana nuclear e frequentemente apresenta nucléolo.   Também possui um axóstilo, que se estende ao longo do corpo, com finalidade de sustentação. Sua extensão externa é chamada de espículo.

 Trichomonas vaginalis  

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Reprodução

Assexuada binária simples, no sentido longitudinal.

Período de incubação

Varia de 3 a 28 dias, embora o aparecimento de manifestações seja cíclico.

 

Habitat

O T. vaginalis habita o trato geniturinário do homem e da mulher (sobretudo na vagina, uretra masculina e próstata), onde produz a infecção. Não sobrevive fora do sistema urogenital.

Ação Patogênica

Produz tricomoníase genital  vaginal e uretral. No homem acontecem mais formas assintomáticas e nas mulheres, mais sintomáticas.

Diagnóstico

Clínico: difícil por sinais e sintomas, necessário diferenciar c/ laboratorial. O exame com espéculo mostra hiperemia vulvo vaginal, áreas de colpite e conteúdo vaginal amarelo-esverdeado e fétido (cheiro de peixe).

Laboratorial:  exame laboratorial com esfregaços à fresco em que se observam os protozoários móveis. Tb faz-se esfregaços fixados e corados e culturas.

 

Coleta para exame laboratorial:

Homens: pela manhã, sem urinar e sem haver ingerido medicação tricomonicida 18 a 24h antes da coleta.

Mulheres: não realizar higiene vaginal nem utilizar tricomonicidas orais ou vaginais 18 a 24h antes da coleta. Exame com conteúdo vaginal em lâmina, clareado com KOH a 10% a microscópio com aumento de 40X. 

Tratamento

    Um dos detalhes mais importantes a ser lembrados no tratamento para tricomoníase, é a importância de tratar  o parceiro(a) do paciente.  Os fármacos usados são o metronidazol, tinidazol, omidazol, nimorazol, camidazol e secnidazol. Em gestantes esses medicamentos não devem ser usados via oral, somente através de cremes e geleias. Atualmente existe uma emergente ameaça de cepas resistentes ao metronidazol.

-Metronidazol (Flagyl): VO- 500mg 8/8h- 5 a 7 dias

-Tinidazol (Fasigyn)VO – 1,5 a 2,0g – dose única

-Clotrimazol creme ou comp. Vaginal  (gestantes):  uma vez à noite por 7 dias seguidos.

 

   A tricomoníase pode estar 

associada à candidíase vaginal com certa frequência, sendo o esquema terapêutico aquele destacado a  seguir:

A)Metronidazol oral – 10 dias - Metronidazol óvulo – 10 dias - Nistatina vaginal

B)Tinidazol oral – dose única - Tinidazol óvulo 7 a 14 dias - Nistatina vaginal

 

OBS: É recomendado, também, o uso da Vitamina A e C para recuperar epitélio lesado.

 

Profilaxia

- Educação sanitária

- Diagnóstico precoce e tratamento dos doentes

- Uso de preservativos

- Cuidados com: instrumentos ginecológicos; roupas íntimas e assentos sanitários.

           

OBS: Em desconfiança de contágio administrar a medicação até 3 horas após contato sexual.

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