Posição Sistemática
• Reino: Animalia
• Filo: Plathyhelminthes
• Classe: Cestoda
• Ordem: Cyclophyllidea
• Família: Taeniidae
• Gênero: Taenia
Vermes adultos:
Os vermes adultos são hermafroditas, com corpo achatado e segmentado, dividido em escólex (com 4 ventosas), colo (que contém as células germinativas) e estróbilo ou corpo (conjunto de proglotes).
• Taenia solium apresenta rostro e coroa de acúleos, pode atingir 3 metros de comprimento e é formada por cerca de 800 a 1000 proglotes, que saem passivamente nas fezes.
• Taenia saginata não tem coroa de acúleos, pode atingir até 8 metros de comprimento, contando com mais de 1000 proglotes que saem ativamente no intervalo das evacuações.
Proglotes: os mais jovens ficam perto do colo. Os maduros já possuem aparelhos reprodutores masculino e feminino visíveis, sendo aptos para reproduzir. Os gravídicos possuem útero ramificado e preenchido por ovos, com involução do aparelho reprodutor masculino.
A Taenia solium apresenta cerca de 12 ramificações uterinas e a Taenia saginata apresenta cerca de 26. Essa diferença é um importante critério de diferenciação entre as espécies. Os proglotes saem ao meio externo vivos e com movimentos.
Ovos
São esféricos, com mesma morfologia para ambas as espécies. São constituídos por uma casca protetora chamada embrióforo (de formato radiado composta por blocos de quitina) e pelo embrião no seu interior, chamado de oncosfera, ou embrião hexacanto, possuidor de 3 pares de acúleos. Sobrevivem por cerca de 4 a 6 meses no solo úmido e protegido de luz solar intensa.
Imagens originais disponíveis ao clicar sobre as fotos.
Formas de contaminação
O homem, enquanto hospedeiro definitivo, adquire infeção ao ingerir carne suína ou bovina crua ou mal cozida que esteja contaminada com o cisticerco das respectivas Taenia solium e Taena saginata.
Habitat dos vermes adultos
Ambas as espécies vivem no intestino delgado do homem enquanto vermes adultos.
Cisticercose Suína Cisticercose Bovina
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Agente etiológico
Taenia solium e Taenia saginata são parasitos cestoides causadores da teníase no homem.
Nome Popular
Pode ser conhecida como “solitária” no homem.
Epidemiologia
As tênias são encontradas em todas as partes do mundo em que a população tem o hábito de comer carne de porco ou de boi cruas ou malcozidas. Tanto T. solium quanto T. saginata têm larga distribuição no Brasil devido à criação extensiva de suínos e bovinos, ao hábito de ingerir carne crua, defumados e malcozidos e às condições precárias de higiene e saneamento básico de parte da população. A maior incidência é de Taenia
saginata, mas grande parte das contaminações ocorrem através de embutidos, principalmente linguiças (neste caso através de carne de porco: Taenia solium). A teníase é mais comum em adultos, mas pode acometer pessoas em qualquer idade.
OBS: o processo de defumação completo, bem como de salgamento ou congelamento da carne mata os cisticercos.
Quadro clínico
As pessoas podem ser infectadas por mais de uma tênia da mesma espécie, apesar de o nome popular do parasito ser “solitária”. Os parasitos causam fenômenos tóxicos alérgicos, podem provocar hemorragias e destruição epitélio pela fixação na mucosa e podem produzir inflamação com secreção de muco. Há uma competição pelo alimento com o hospedeiro, provocando tonturas, astenia, apetite excessivo e mesmo assim emagrecimento, náuseas, vômitos, alargamento do abdome, dores com intensidade variada em diferentes regiões do abdome.
A diarreia costuma ser intercalada com constipação. Outros sintomas incluem cefaleia acentuada, crises epileptiformes, eosinofilia e, no caso da Taenia saginata, prurido anal.
Complicações podem causar quadro de cisticercose por autoinfecção interna ou externa em pacientes contaminados por Taenia solium.
Diagnóstico laboratorial
É feito pela pesquisa de proglotes e ovos de tênia nas fezes. O diagnóstico através dos ovos é genérico – “Taenia sp.” – pois microscopicamente os ovos são iguais. Para o diagnóstico específico, há necessidade de se fazer a tamização (lavagem em peneira fina) das fezes, recolher as proglotes existentes, clarificá-las com ácido acético, colocá-las entre duas lâminas e observadas ao microscópio e identificá-las pelo número de ramificações uterinas. No caso da Taenia saginata, pode-se realizar o método da fita gomada (quando os proglotes saem no intervalo das evacuações, liberando ovos que ficam retidos nas pregas anais).
Tratamento
Pode ser feito de várias formas:
• Praziquantel: 4 comprimidos, dose única. No caso de pacientes com cisticercose, isso deve ser feito com o paciente hospitalizado.
• Niclosamida: 4 comprimidos ingeridos de dois em dois num intervalo de 1 hora, pela manhã. Depois de mais uma hora, ingere-se duas colheres de leite de magnésia, para auxiliar na eliminação do parasito.
• Albendazol por 3 dias.
• Mebendazol por 5 dias.
• Ingestão de sementes de abóbora associadas a purgativo.
Profilaxia
• Impedindo o contato dos porcos e bois com fezes do hospedeiro definitivo (os humanos): construção de redes de esgoto, tratamento de esgotos para não contaminarem rios que fornecem águas aos animais, não utilizar fezes humanas como adubo, educação em saúde, modernização da suinocultura.
• Impedindo ingestão de carne contaminada: combate ao abate clandestino, inspeção em abatedouros, sequestro de carcaças parasitadas, evitar a ingestão de carne crua ou malpassada, cuidado na cocção das carnes.
• Tratamento em massa dos casos humanos nas populações-alvo.