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Agente Etiológico

Wuchereria bancrofti é o principal agente causador da bancroftose humana, também conhecida popularmente como “elefantíase".  Embora o Wuchereria bancrofti seja o verme de maior prevalência e o único a causar a doença na América e África, a filariose linfática também pode ser causada pelo Brugia malayi  e Brugia timori.

Epidemiologia

É uma enfermidade negligenciada, endêmica de várias regiões de clima tropical ou subtropical, presente em mais de 80 países da Ásia, África e Américas, especialmente em áreas de extrema pobreza. Estimam-se mais de 120 milhões de indivíduos parasitados pelo mundo. No Brasil, a doença já teve considerada prevalência. Hoje, no entanto, encontra-se restrita a alguns focos persistentes no Pará, Pernambuco e Alagoas, principalmente Pernambuco.

Formas de Contaminação

A transmissão ocorre pela picada da fêmea do mosquito vetor infectado (Culex quinquefasciatus nas Américas) com posterior deposição das larvas infectantes na pele lesada do hospedeiro.

Habitat 

Os vermes adultos habitam em grupos os vasos e gânglios linfáticos humanos, vivendo em média 8 a 10 anos. São geralmente encontrados em região pélvica, membro inferior, escroto, mamas e braço. As fêmeas eliminam microfilárias que saem da circulação linfática em direção à circulação sanguínea do hospedeiro. Durante o dia, as microfilárias acumulam-se nos capilares profundos, principalmente nos pulmonares; ao anoitecer, no entanto, se dirigem para a circulação sistêmica periférica. A sua quantidade no sangue venoso periférico vai aumentando até as primeiras horas da madrugada, quando, então, diminui progressivamente até valores muito baixos ou indetectáveis durante o período diurno. Acredita-se que tal periodicidade das microfilárias esteja relacionada com a necessidade biológica do encontro com o mosquito vetor (horário em que o mosquito Culex costuma realizar o hematofagismo).

   Posição Sistemática

Reino        Animalia               Filo            Nematoda

Classe       Secernentea

Ordem       Spirurida

Família      Onchocercidae

           Morfologia:

 As formas evolutivas parasitárias do hospedeiro humano são os vermes adultos e as microfilárias.

 

Vermes Adultos

 

Macho: verme cilíndrico, coloração branca-leitosa,  4 cm de comprimento por 0,1 mm de diâmetro. Possuem extremidade anterior afilada e posterior enrolada ventralmente  

 

Fêmea:  verme  cilíndrico, de coloração branco-leitosa,  8 a 10 cm de comprimento por 0,3 mm de diâmetro.

 

Microfilária (embrião): com 250 a 300 µm de comprimento, as microfilárias são embriões formados pela reprodução sexuada dentro do sistêmica linfático. São envoltas por uma membrana de revestimento que funciona como uma bainha flexível. Apresentam movimento intenso chicoteante e não-direcional.

 

Larva filarióde (encontrada no mosquito transmissor e forma de contaminação para o homem): consistem nas formas encontradas no inseto vetor (mosquito Culex), no qual desenvolvem-se em três estágios, L1, L3 e L3, sendo este último o estágio infectante.

Imagens microfilária

(Clique em cima para acessar a fonte.)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Diagnóstico Clínico

     Dados clínicos e epidemiológicos devem ser os responsáveis pelo questionamento de possível infecção do paciente em áreas endêmicas.

 

Diagnóstico Laboratorial

    O teste de rotina é feito através da pesquisa de microfilárias no sangue periférico pelo método da gota espessa, respeitando a sua periodicidade noturna (entre 22:00 e 2:00 horas) para coleta. No entanto, é importante destacar que as microfilárias só aparecem no sangue periférico aproximadamente 1 ano após a infecção.

    Testes sorológicos como de ELISA podem ser utilizados para pesquisa de antígenos circulantes. É recomendada a ultrassonografia da bolsa escrotal, mama, região inguinal e axilar em casos suspeitos.

 

Tratamento Medicamentoso

É recomendado para todos os pacientes com infecção ativa, mesmo os que não apresentam sintomatologia. A droga de escolha no tratamento da filariose é a Dietilcarbamazina. Quando há quadro avançado de elefantíase pode haver necessidade de cirurgias para correção do sistema linfático.

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Quadro clínico: sintomas, patogenia e imunidade

    As manifestações clínicas podem mostrar desde pacientes assintomáticos ou com discreta sintomatologia até hospedeiros em condições severas e irreversíveis como a elefantíase.  Essas são ocasionadas pelo acúmulo dos vermes no sistema linfático humano ou pela reação do sistema imune do hospedeiro às microfilárias e aos antígenos dos vermes adultos.  Pacientes assintomáticos podem conter alta microfilaremia e pacientes com elefantíase e outras manifestações crônicas apresentam   microfilaremia periférica baixa ou inexistente.  O   período de incubação é longo e pode durar de meses a alguns anos. Divide-se as principais formas clínicas da bancroftose em:

 

Forma Subclínica:  presente em indivíduos que possuem microfilárias no sangue e que, aparentemente, não possuem sintomatologia. Esses pacientes contaminam os mosquitos.

Forma aguda: os sintomas iniciais estão relacionados com a resposta inflamatória subsequente à presença dos parasitas. Pode ocorrer mal-estar, febre e calafrios que acontecem em intervalos irregulares, unidos à inflamação de vasos linfáticos ou gânglios (linfangite e linfadenite).

 

Manifestação crônica: à medida que a infecção se desenvolve, a presença dos vermes adultos nos vasos linfáticos pode provocar sua obstrução, impedindo o fluxo linfático normal e gerando linfedema (edema linfático), linfangiectasia (dilatação, hipertrofia e malformação dos vasos linfáticos ) e linforragia (extravasamento de  linfa), com consequente acúmulo de líquido pelo tecido, engrossamento e hipertrofia (elefantíase), principalmente nos membros inferiores e saco escrotal.

 

*Elefantíase: quando o edema é grande ao ponto de gerar deformidade anatômica de um membro ou de uma parte do corpo, o quadro é chamado de elefantíase. Tal quadro ocorre em cerca de 15% dos casos e costuma estar associado a infecções secundárias por fungos ou bactérias, relacionadas à falta de higiene.

Imagens de Elefantíase.

(Clique em cima para acessar a fonte.)

Profilaxia

  • Evitar áreas endêmicas;

  • Tratar todos os doentes/infectados;

  • Combate ao mosquito;

  • Uso de mosquiteiro para dormir;

  • Telas nas janelas e nas portas;

  • Usar repelentes de qualidade;

  • Utilizar camisas de manga longa, calça comprida;

  • Evitar deixar água parada em (reprodução dos insetos vetores);

  • Infraestrutura e educação sanitária.

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