Posição sistemática
Reino – Animalia
Filo – Nematoda
Classe – Secernentea
Ordem - Oxyurida
Família - Oxyuridae
Morfologia
Vermes adultos com nítido dismorfismo sexual, com caracteres comuns como cor branca e aspecto filiforme. Todavia, a fêmea, maior do que o macho, possui cerca de 1 cm de comprimento e 0,4 mm de diâmetro, com cauda alongada e pontiaguda, e apresenta grande capacidade de reter ovos (cerca de 5 a 16 mil). Quanto ao macho, possui a cauda fortemente recurvada em sentido ventral, com comprimento médio de 0,5 mm e 0,2 mm de diâmetro.
Disponível em Parasitologia Humana- David Pereira Neves - 12ª Ed.
Imagem original disponível aqui.
Os ovos possuem membrana dupla, lisa e transparente. Apresentam o aspecto grosseiro de um “D”, sendo um dos lados normalmente achatado e o outro convexo.
I
Imagem própria (laboratório de Parasitologia UFCSPA). Informar créditos durante utilização.
Prevenção e Controle:
A roupa de dormir e de cama usada pelo hospedeiro não deve ser sacudida, mas sim enrolada e lavada com água fervente diariamente.
Todas as pessoas parasitadas da família devem ser tratadas, com repetição de tratamento medicamentoso duas a três vezes, com intervalo de 20 dias.
Cortar as unhas, aplicar pomada mercurial na região perianal ao deitar-se, banho de chuveiro ao levantar-se e limpeza doméstica com aspirador de pó ou pano úmido são medidas complementares importantes.
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Quadro Clínico:
Na maioria dos casos, o parasitismo passa despercebido pelo paciente, o qual só o percebe quando sente um ligeiro prurido anal (principalmente à noite), vê os vermes nas fezes ou realiza higiene pessoal após defecação.
A mucosa da região anal, em alguns casos, pode estar congesta, recoberta de muco e conter ovos e/ou vermes. O ato de coçar essa região pode levar à infecção bacteriana secundária. Sintomas inespecíficos como dores abdominais, insônia, inapetência e diarreia podem ser mensurados.
Complicações:
Em grandes infecções, o parasita pode provocar enterite catarral por ação mecânica e irritativa. O ceco apresenta-se inflamado e apendicites podem ocorrer.
A presença do verme nos genitais femininos pode desencadear:
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Vulvovaginite, resultando em prurido e secreção;
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Metrite (inflamação do endométrio);
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Salpingite (inflamação da tuba uterina);
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Ovarite (inflamação no ovário).
A literatura também cita casos raros de formações de granulomas por ovos de E. vermicularis no fígado, rins, próstata, ceco e apêndice cecal. Os vermes chegaram ao fígado via sistema porta ao perfurarem a parede cecal. No rim e na próstata, sua entrada ocorreu pela uretra.
Diagnóstico Clínico:
Prurido anal noturno e continuado pode levar a suspeita clínica de enterobiose.
Diagnóstico Laboratorial:
O exame parasitológico de fezes (EPF) não funciona bem para essa verminose intestinal. Quando exames habituais são positivos, frequentemente estão relacionados a um parasitismo intenso, fazendo a passagem do bolo fecal arrastar os ovos junto com as fezes.
Dese modo, o melhor método para diagnosticar laboratorialmente enterobiose consiste no teste da fita adesiva, conhecido também como método de Graham, descrito a seguir:
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Corta-se 8 a 10 cm de uma fita adesiva transparente;
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Coloca-se a fita com a parte adesiva para fora, sobre uma superfície vitral e encosta-se várias vezes a fita na região perianal;
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Por fim, coloca-se a fita sobre uma lâmina de vidro, sem uso de lamínula, e examina-se ao microscópio.
OBS: exame deve ser realizado ao amanhacer, antes do paciente se banhar, e precisa ser repetido em dias sucessivos, caso o resultado seja negativo.
Tratamento:
É o mesmo utilizado na maioria das parasitoses: Albendazol, Ivermectina e Mebendazol.
Tira-dúvidas
Formas de contaminação
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Heteroinfecção: ovos presentes na poeira ou alimentos atingem novo hospedeiro.
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Indireta: ovos presentes na poeira ou alimentos atingem o mesmo hospedeiro.
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Auto-infecção externa: os ovos são levados da região perianal à boca. É o principal mecanismo responsável pela cronicidade da verminose.
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Auto-infecção interna: É rara. As larvas eclodem, ainda dentro do reto e migram para o ceco.
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Retroinfecção: As larvas eclodem externamente na região perianal, penetram no ânus e chegam até o ceco, onde se transformam em vermes adultos.
Habitat dos vermes adultos
Seu habitat preferencial é a luz do ceco e apêndice e não se fixam na mucosa intestinal. As fêmeas, repletas de ovos, podem ser encontradas na região perianal. Em mulheres podem ser encontrados na vagina, útero e bexiga.
Agente etiológico
Enterobius vermicularis é uma parasitose intestinal causada por um helminto nematódeo e transmitida ao homem preferencialmente por ingestão de ovos embrionados infectantes.
Nome Popular
"Oxiúros" ou "lagartinha".
Epidemiologia
Verminose de distribuição mundial, com maior prevalência em crianças em idade escolar e em climas temperados. A transmissão ocorre tipicamente no ambiente doméstico e em locais coletivos fechados. Fatores que contribuem para isso são a grande quantidade de ovos eliminados pela fêmea na região perianal, os quais se tornam infectantes em poucas horas e possuem elevada capacidade de transmissão. Tais ovos podem permanecer viáveis por até três semanas em ambientes domésticos, contaminando poeira e alimentos, principalmente pelo hábito de sacudir roupas de cama, pois o helminto apresenta nítida atividade no período de descanso (geralmente noturno).